Helena foi a primeira pessoa que eu quis ver quando voltei
de viagem, contudo ela foi a última, nos vimos por acaso. Ela andava ocupada
com a vida que seguiu na minha ausência. Vida ótima e cheia de cultura. Viva! Acontece que eu, tinha erradamente para mim, que Helena ainda estava comigo,
mas, na sua opinião, todos estavam com ela, mais fortemente aqueles que se fizeram presente
em sua nova rotina.
No fundo, eu me enchi de frustrações infundadas pelo meu
desejo de estar com ela e não conseguir. Pela minha vontade de dizer sobre a minha
saudade e outras tantas coisas que eu não pude. Então, quando vi Helena eu,
pura e simplesmente, paralisei em meio a um vendaval de sentimentos. Lá estava
eu entre a lástima e o bem querer.
Mesmo assim, do meu jeito torto, não a recusei. Ao mesmo
tempo, não a recebi desarmada, eu me sentia confusa. Mas as nossas trocas de
carinho foram me dissolvendo e quando eu, enfim, correspondi Helena havia
mudado. Não sei bem se com o vento sul ou com a chegada de outras pessoas. Algo
nela havia mudado completamente e eu não sei, nem nunca soube como agir nestes
momentos. Helena estava arredia e ríspida. Ferida, talvez...
Num lapso de preocupação perguntei três vezes se ela estava
bem, mas Helena não estava mais comigo. Meu abraço estava frio, no seu olhar
pairava a névoa de tristeza. Eu precisava ir para casa com minhas próprias
pernas e meus sentimentos soterrados. Helena precisava fugir.
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