terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Fugindo...


Helena foi a primeira pessoa que eu quis ver quando voltei de viagem, contudo ela foi a última, nos vimos por acaso. Ela andava ocupada com a vida que seguiu na minha ausência. Vida ótima e cheia de cultura. Viva! Acontece que eu, tinha erradamente para mim, que Helena ainda estava comigo, mas, na sua opinião, todos estavam com ela, mais fortemente aqueles que se fizeram presente em sua nova rotina.
No fundo, eu me enchi de frustrações infundadas pelo meu desejo de estar com ela e não conseguir. Pela minha vontade de dizer sobre a minha saudade e outras tantas coisas que eu não pude. Então, quando vi Helena eu, pura e simplesmente, paralisei em meio a um vendaval de sentimentos. Lá estava eu entre a lástima e o bem querer.
Mesmo assim, do meu jeito torto, não a recusei. Ao mesmo tempo, não a recebi desarmada, eu me sentia confusa. Mas as nossas trocas de carinho foram me dissolvendo e quando eu, enfim, correspondi Helena havia mudado. Não sei bem se com o vento sul ou com a chegada de outras pessoas. Algo nela havia mudado completamente e eu não sei, nem nunca soube como agir nestes momentos. Helena estava arredia e ríspida. Ferida, talvez...
Num lapso de preocupação perguntei três vezes se ela estava bem, mas Helena não estava mais comigo. Meu abraço estava frio, no seu olhar pairava a névoa de tristeza. Eu precisava ir para casa com minhas próprias pernas e meus sentimentos soterrados. Helena precisava fugir.

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