Helena tem um cachorro, que
apesar de caramelo, é rabugento. Mas ele consegue adoçar a casa toda por existir.
Aquiles é um pouco idoso, carente e nem toda a atenção do mundo é suficiente. Para
fazê-lo sorrir fingimos estar numa festa onde ele é a cereja mais desejada do
bolo, o cão mais especial. Então tudo fica alegre.
E ele late quando eu bato a porta
até perceber que sou eu. Depois, vai à
frente, espera eu sentar e deita ao meu lado para demonstrar que sentiu saudade
e receber carinho. Não importa quanto tempo eu demore a voltar.
Aquiles me conquista pela sua maneira
de ignorar as brigas e seguir brincando sem rancor. E mesmo sabendo que faz
algo errado, ao que parece, repete para me fazer rir. Porque quando Helena
briga, eu rio, com ele, por dentro.
Os pelos de Aquiles, são como os cabelos
de Helena e os olhos também. Suas personalidades se parecem às vezes: os medos
de tormentas e artifícios, o tédio repentino, o carinho e a ansiedade. Aquiles come
de tudo, como um saquinho sem fundo! Helena é mais controlada.
É um cão bem chantagista, no
melhor dos sentidos. Às vezes, ele me chama para brincar, corre com a bolinha na
boca até a guia, olha para ela, depois para a porta e sem falar nada, já sabe
que eu irei entender. É hora do passeio!
Comigo Aquiles corre e se
comporta bem, como se nós fossemos uma equipe de amigos de infância. E foi
assim que fizemos parte um da vida do outro e dormimos juntos na última noite. Sinto
nele ingenuidade e bom coração. E não importa se o dia está nublado, um faz o outro sorrir. Ele é o melhor cachorro que eu já tive, mesmo sem ser meu.
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